Avançar para o conteúdo principal

A vida é um «choque com a eternidade, violento, surpreendente e inesperado»...

Faleceu ontem D. Tomaz da Silva Nunes, Bispo Auxiliar de Lisboa e Vigário-Geral. A notícia da sua morte apanhou-nos de surpresa. Quem teve o privilégio de conhecer e trabalhar com ele sente a perda deste homem, sempre sorridente e com uma palavra amiga.

As cerimónias fúnebres realizam-se esta 5ª-feira na Igreja de Fátima, Lisboa, e deixo aqui a notícia publicada pela Agência Ecclesia.

"Cerca de mil pessoas participaram esta manhã na missa de exéquias de D. Tomaz da Silva Nunes, que se realizou na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa.

Entre os participantes na eucaristia, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, estiveram cerca de 15 bispos, mais de 200 padres e 15 diáconos, além de membros de congregações religiosas e leigos.

Na homilia, o Cardeal Patriarca lembrou o momento em que, há 12 anos, impôs as mãos sobre D. Tomaz Nunes para o ordenar bispo.

Nesse dia, disse D. José Policarpo, “estivemos nesta igreja, com tantos ou mais bispos do que hoje, com o clero de Lisboa cheio de alegria”.

Logo a seguir, “o senhor D. Tomaz foi daqui para o hospital, para fazer uma intervenção cirúrgica que o médico não queria atrasar nem 24 horas. E o Senhor deu-lhe ainda estes anos de saúde e de jovialidade ao serviço da Igreja”.

O Cardeal Patriarca evocou o momento em que se deparou com a morte do bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã.

“Ontem, quando entrei no quarto do senhor D. Tomaz e vi o seu corpo sem vida, não senti que a vida é um choque com o futuro, mas senti muito profundamente que é um choque com a eternidade, violento, surpreendente e inesperado”, disse o prelado.

“Jesus – prosseguiu – tinha-nos avisado. Mas nós esquecemos com tanta facilidade esse aviso tantas vezes repetido: ‘Virei quando menos se espera’.”

Para D. José Policarpo, “a morte é, sob o ponto de vista humano, a mais radical experiência de solidão, mesmo que os outros estejam à nossa volta, e só Deus a pode vencer".

“O senhor D. Tomaz morreu sozinho e nós estávamos lá, perto dele. Mas ele não pôde sentir o calor da nossa amizade naquele momento difícil”, lembrou o Cardeal Patriarca.

Referindo-se à experiência da morte e à sua relação com a vida, D. José Policarpo sublinhou que o “choque com a eternidade será libertador se o experimentarmos permanentemente com Jesus ressuscitado”.

“Jesus Cristo, na sua Páscoa, surge como essa experiência fundamental de humanidade que encerra a sua única verdadeira esperança, que é mitigar esse choque com a eternidade e fazer dele um encontro jubiloso”, referiu.

“A experiência ao longo dos séculos deixa-nos clareiras de esperança para acreditarmos que esse é um momento de grande júbilo", afirmou o prelado, que no entanto advertiu: “Ai daqueles que nesse momento derradeiro negam o encontro com Deus.”

Sobre a urna fechada de D. Tomaz Silva Nunes foi deposta a sua mitra e um evangeliário (livro com textos bíblicos do Evangelho proclamados nas missas), aberto ao centro.

D. Tomaz da Silva Nunes faleceu esta Quarta feira devido a um enfarte agudo do miocárdio, segundo apurou a Agência ECCLESIA junto do Patriarcado de Lisboa.

Após a celebração das exéquias, a urna saiu da igreja em silêncio, mas uma salva de palmas irrompeu quando o corpo de D. Tomaz da Silva Nunes foi depositado no carro funerário.

O cortejo exequial seguiu para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, escoltado pela Polícia de Segurança Pública.

Os ritos que antecederam o sepultamento no jazigo do Patriarcado, presididos por D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, contaram com a presença de uma centena de pessoas."

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Baptismo do Senhor...

No baptismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens. Cumprindo o projecto do Pai, Ele fez-se um de nós, partilhou a nossa fragilidade e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado e empenhou-Se em promover-nos, para que pudéssemos chegar à vida em plenitude. Celebrar a festa do baptismo do Senhor, é celebrar a nossa própria festa do baptismo e recordar que também nós somos filhos de Deus por adpção divina, e por isso mesmo somos também um povo de Profetsa, Sacerdotes e Reis. Obrigada Senhor por te tornares nosso Irmão e pela graça de sermos chamados filhos de Deus.

...

Em Vós vivemos, nos movemos e existimos e sentimos em cada dia os efeitos da Vossa Bondade (Cf. Act.)e sabemos que está   preparada uma coroa de glória para todos os que combateram o bom combate e guardaram a fé como nos diz S. Paulo na 2ª Carta a Timóteo. Ao perceber que estava a chegar a sua hora e em jeito de balanço Paulo reafirma aos irmão que é importante permanecerem firmes na fé e darem testemunho de Cristo, porque será grande no Reino dos céus a recompensa. Muitas vezes, somos confrontados com a necessidade de testemunhar aquele Amor totalmente despojado, livre e universal que brota da cruz e nos impele a olhar pelos mais fracos e oprimidos vendo neles a humanidade sofredora que grita urgentemente por   libertação. Libertação   das cadeias da morte, do egoísmo, da indiferença

Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi (Jo 15, 16).

Não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi (Jo 15, 16).                 Estas palavras levam-nos a contemplar as maravilhas do Senhor, fomos predestinados para cumprir a missão que Ele tem para cada um de nós. Sim, Ele escolhe cada um de nós para lhe confiar uma missão, não segundo os nossos méritos, mas segundo a Sua vontade.             É com alegria e comoção que recordo as palavras do Evangelho de S. João «as minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-me» (Jo 10, 27). Ele chama-nos continuamente e fica feliz quando de coração arrependido e sincero, cada um aceita a sua missão. O Bom Pastor que dá a vida pelas Suas ovelhas e que não deixa que nenhuma delas seja arrebatada, confiou-me o ministério de ser portador e difusor da Sua Palavra, para que possa levar aos irmãos a Sua Palavra e o Seu Preciosíssimo Corpo e Sangue, manancial celeste, que nos leva a uma união mais íntima e profunda com o Criador. Tornando-nos j