Estamos a caminho da Páscoa e já falta pouco para esse grande acontecimento. Todos os anos a Igreja propõe-nos este tempo de reflexão e conversão do coração para celebrar com alegria a Páscoa do Senhor.
Mas não celebramos somente a Páscoa do Senhor, é também a nossa Páscoa que celebramos. Recordamos a morte e ressurreição de Cristo (segundo a Carne), a Sua passagem da morte para a Vida. Neste acontecimento também está a nossa Páscoa, a passagem da morte e do pecado para a vida da graça de baptizados, membros e filhos da Igreja.
Este tempo que deve ser de conversão, assemelha-se ao tempo que o agricultor espera entre a sementeira e o rebentar das pequenas plantas, entre o esforço da plantação e o aparecimento dos primeiros frutos. É um tempo que nos é dado para repensar a nossa vida, a forma como temos vivido, como temos aplicado os mandamentos do Senhor, em suma, é uma auto-análise onde podemos voltar atrás de coração arrependido e convertido. Sabemos que o Senhor espera por nós como o Pai espera pelo regresso do filho pródigo, aquele filho que lhe pediu para ter a liberdade, para levar a vida que sempre quis sem ter ninguém a incomodar. Sem se importar com os outros, ouvindo apenas os seus vícios e desejos e que quando as dificuldades lhe batem à porta, toma consciência da vida mundada, de pecado e dor e caindo em si, vê que o melhor é voltar à casa do pai.
E como é grande a alegria do pai quando vê o seu filho regressar, ele que sempre esperou e que sai ao seu encontro, sem se preocupar com o que o filho lhe tem para dizer, isso agora não importa, o que interessa é que o filho «que estava morto» voltou à vida. E como prova de amor ordena aos criados que ponham um anel no dedo (sinal de que pertence à família) e que lhe calcem umas sandálias (sinal de que não é escravo, mas filho) e que se faça festa porque o filho regressou a casa.
Ainda vamos a tempo de mudar o rumo das nossas vidas e não sabemos se nos vai ser oferecida uma nova Quaresma, por isso devemos aproveitar este tempo para escutar a voz do Senhor, para abrir o coração à Sua voz, para dar atenção a quem connosco se cruza na rua e a quem muitas vezes viramos a cara só para não ter de cumprimentar ou enfrentar.
Para mim, esta Quaresma tem um significado especial, enquanto me preparo para a Páscoa, preparo-me também para ir em peregrinação a pé ao Santuário de Fátima. Sei de antemão que o caminho não será fácil, mas o que é a nossa vida senão um peregrinar? Ir até Fátima e rezar aos pés da Mãe, agradecer-lhe tantas coisas que Ela por meio de Seu Filho me tem concedido é antes de mais um acto de gratidão e amor.
Sinal de gratidão é também a visita do Sumo Pontífice em Maio a Portugal, de tantos países que existem no mundo o Papa escolheu Portugal para visitar, como Sucessor do Apóstolo Pedro que vem confirmar na fé a Igreja Lusitana. Aproveitemos esta visita para fortalecer a nossa fé, que ela se torne sólida como uma rocha e que enfrentando os problemas do mundo possamos ser testemunhas da Ressurreição.
Um santa Quaresma para todos,
Bruno Correia
MEC #5547
Comentários
Que Deus te abençoe sempre,
bjos
So